cemp

Tecnologias e Metodologias

CEMP-EPDT

CEMP – Escola Ponto de Desenvolvimento Territorial

Todo estudante do Ensino Médio pode ser um filósofo do trabalho. Andar pelas ruas de seu bairro e descobrir novas possibilidades para transformação da escassez em abundância.

Em 2003 o Formação começou a conceber os Centros de Ensino Médio e Educação Profissional que fizeram sucesso na Baixada e em muitos outros lugares da América Latina, mas que tiveram pouca repercussão na política do Governo Estadual, por absoluta falta de uma mirada mais comprometida com a educação dos maranhenses que vivem em territórios mais empobrecidos.

Esse projeto tem origem em duas pesquisas realizadas em 2003 pelo Instituto Formação, a pedido do UNICEF, sobre o perfil do Ensino Médio e da Educação Profissional no Maranhão e sobre o Potencial Produtivo do Estado. Abrangeu todo o Estado, mas na Baixada Maranhense (TCL) teve um recorte mais estratégico, pois nesse mesmo período o Instituto Formação e o Portal da Educação dialogavam sobre um grande projeto que envolveria a juventude daquele território. Portanto, “simultaneamente mapeávamos as organizações juvenis, realizávamos pesquisas sobre ensino médio e educação profissional, indagando aos jovens que ensino médio eles desejavam e construíamos a base para o CIP Jovem Cidadão com foco na dinamização desse território” (Instituto Formação, 2012). Essas pesquisas foram apresentadas no I Encontro Estadual sobre Políticas Públicas e Juventude (2003).

Paralelo a esse processo, o Prefeito da Cidade de São Bento (Sr. Isaac Dias) estava construindo um grande prédio destinado a uma escola de ensino médio. Via o Secretário de Educação “ele indagou ao Instituto Formação se não poderia a sua equipe pensar, a partir da pesquisa realizada, um projeto diferente para aquela escola, de modo que contemplasse a preparação dos jovens para o mundo do trabalho” (Lidia Vasconcelos, 2012). Essa demanda ocorreu no interior do movimento do Portal da Educação que também fomentava ideias e suportes. Dados, publicações e depoimentos indicam que essa ideia foi adubada pelo conjunto de iniciativas e debates e rapidamente tornou-se um dos principais projetos capazes de alicerçar estruturalmente microprojetos produtivos, tendo conseguido de forma mais consistente no período de 2004 a 2009 incidir em várias mudanças de atitudes e de construção de alternativas coletivas, sobretudo no âmbito da agroecologia.

O CIP (Jovem Cidadão) teve como porta de entrada para a discussão do desenvolvimento na microrregião da Baixada Maranhense um projeto temático no campo da educação, concebido pela organização não governamental Formação, de São Luís. A estratégia utilizada para discutir a educação nos dez municípios que compõem o projeto (….) foi fortalecer como aliado o fórum de secretários e ex-secretários de educação dos dez municípios, denominado Portal da Educação. Esse diálogo de atores internos com atores externos é utilizado para formular políticas educacionais de desenvolvimento envolvendo as partes interessadas na questão (gestores públicos, jovens, técnicos e especialistas em educação). Esse movimento fez com que as alianças pudessem ser ampliadas e a proposta de projeto de desenvolvimento se legitimasse tanto nos espaços do poder público local como nos diferentes meios organizadores da juventude. (Nascimento, 2009, p.157)
O desafio lançado pelo Prefeito foi aceito e, desde aquele momento, ainda em 2003, foi sendo construído simultaneamente um prédio e um projeto educativo para o primeiro CEMP.

De 2004 a 2008 5 centros foram implantados como escolas municipais em São Bento, Palmeirândia, Matinha, Olinda Nova do Maranhão e São João Batista.
Atualmente a Formação Faculdade Integrada assumiu o projeto educativo desses Centros como Escola de Aplicação do Curso de Pedagogia.

Em 2019, o CEMP foi considerado um dos cem melhores projetos educativos do mundo, pela organização HUNDRed, conforme pode ser visto no link:

https://hundred.org/en/innovations/cemp-center-for-medium-and-professional-education