Evento, chamado de “farinhada”, reuniu produtores da zona rural de São Luís.
A mandioca é um dos alimentos mais importantes da cultura maranhense. Matéria-prima de iguarias gastronômicas, como o beiju, a farinha e a tapioca, que não podem faltar na mesa do maranhense. Mas a relação do estado com o produto não está apenas no consumo dos derivados da raiz, o Maranhão é também o quarto maior produtor de mandioca do país. No entanto, essa expressiva produção, não se reverte em ganhos para os produtores, especialmente agricultores familiares. Um dos motivos é que a maior parte dessa produção é vendida “in natura” ou processada de forma artesanal, o que diminui a competitividade do produto no mercado e, consequentemente, a renda do agricultor.
Com o objetivo de oferecer a agricultores familiares da zona rural de São Luís conhecimento técnico e ferramentas para agregar valor a um dos principais produtos derivados da mandioca, a farinha, é que o projeto Voa Maracanã, implementado pelo Instituto Formação com patrocínio da Vale e parceria da EMBRAPA, realiza nou comunidade rural de São Luís, uma capacitação sobre a melhoria da fabricação da farinha de mandioca.
A capacitação realizada por técnicos da EMBRAPA consistiu em repassar informações sobre o processamento da raiz de mandioca e boas práticas de fabricação da farinha, que vão garantir mais qualidade, higiene, textura e sabor diferenciados, agregando valor ao produto para a conquista de novos mercados e segurança alimentar no campo.
Foram abordadas desde as técnicas de cultivo até o processamento da farinha, passando por boas práticas de higiene e segurança alimentar. Os participantes também aprenderam a produzir uma farinha de alta qualidade, com sabor diferenciado e maior vida útil, capaz de conquistar novos mercados.
A primeira parte dessa capacitação aconteceu no dia 17 de dezembro, com a realização das etapas preparatórias para a produção da farinha. foi o momento de colheita, descascamento, higienização e fermentação da raiz. A previsão era colher 120 kg da raiz que, após o tratamento,foram utilizados na segunda etapa da capacitação, realizada no dia 19. Nesse momento, foi demonstrada a agregação de valor ao produto, quando a farinha é passada no caititu para ser triturada e depois ser peneirada, torrefada, pesada e embalada.
Pelo menos 20 famílias de produtores, cadastrados pelo projeto, participaram desse momento.
Projeto Voa Maracanã
A proposta tem como objetivo conectar 500 famílias em comunidades rurais do Maracanã e adjacências para que possam melhorar suas vidas de forma integral nos campos da educação, saúde, renda, nutrição, cultura e lazer. Para isso, são realizadas ações socioassistenciais, educativas e de inclusão produtiva, em articulação com a prefeitura, outros órgãos governamentais e organizações da sociedade. O projeto valoriza a produção local, apostando na troca entre o saber local e as tecnologias desenvolvidas por universidades e empresas de fomento, antenado com um modo mais orgânico de produção, que agregue o valor do processo e de ancestralidade, sem perder de vista as mudanças advindas da IV Revolução Industrial que introduziram novas tecnologias na vida das pessoas.
