Falar sobre menstruação ainda é um tabu, o que acaba gerando desinformação e vergonha para meninas e mulheres que menstruam.
A oficina aconteceu na sexta-feira (14), no município de Chapadinha – MA e foi uma realização do UNICEF e Formação em parceria com a Fundação Justiça e Paz se Abraçarão (JPA) e o Coletivo Menina Cidadã, com o apoio da Americanas e da Prefeitura Municipal de Chapadinha.
Na ocasião, foi possível abrir discussões com meninas e meninos das mais variadas idades sobre a importância de debater uma questão de saúde pública e responsabilidade coletiva: a dignidade menstrual. Participaram da oficina cerca de 60 adolescentes dos NUCAs de Buriti, Chapadinha, São Bernardo, Anapurus, Tutóia, Santa Quitéria e São Benedito, com o objetivo de desconstruir tabus.
A falta de conhecimento, insumos ou infraestrutura necessários para vivenciar a menstruação de modo digno é chamada de pobreza menstrual e é a realidade de inúmeras meninas que menstruam no Brasil. Falar sobre menstruação ainda é um tabu, o que acaba gerando desinformação e vergonha para meninas e mulheres que menstruam, contribuindo para a manutenção das desigualdades de gênero na sociedade.
Para Karollyne Luz, Oficial de Projetos do Instituto Formação e uma das ministrantes da oficina, essa temática deve ser debatida entre todos. “A ideia da oficina é conscientizar tanto meninas como meninos sobre essa temática que fala de higiene e que é uma política pública que deve ser garantida a todas as meninas que menstruam. A discussão propõe a quebra de tabus em relação à menstruação, mostrando que não é uma doença, mas um processo natural do corpo. Desse modo, o apoio e engajamento de homens e meninos nessa causa é essencial para que esses tabus sejam quebrados, uma vez que foram construídos em cima do machismo estrutural”, completa.
A oficina é uma das inúmeras atividades de implementação do Selo Unicef dentro do município de Chapadinha, além de estar presente no plano de ações do NUCA (Núcleo de Cidadania dos Adolescentes), onde são debatidas ações e atividades para que o tema faça parte do debate público tanto nas escolas como nas comunidades participantes.”
Texto: Bruna Cantanhede
Revisão: Kleilson Nunes